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The Last of Us Part 3 - Vol. 13 - Jackson

Atualizado: 2 de dez. de 2021



THE LAST OF US

PARTE III

FANFIC



AVISOS E DIREITOS AUTORAIS


Esta é uma obra feita por fã e sem fins lucrativos.

Todos os direitos da marca THE LAST OF US são pertencentes à Naughty Dog.

Qualquer um pode ler esta obra de forma gratuita. Porém a detenção dos textos para divulgação desta fanfic é de única e exclusiva autoria do Autor (Kevin de Almeida Barbosa) nas seguintes plataformas:



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escritorkevindealmeida@gmail.com

@thelastofus.part3


Esta obra levou dois anos para ficar pronta. Muito tempo, trabalho, esforço, estudos e gastos (revisão, edição, capa, divulgação) foram investidos para que pudesse chegar até você de forma gratuita.

Peço que respeitem o trabalho, NÃO divulguem de forma irregular e incentivem esta iniciativa.

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Comentários tóxicos, xingamentos e palavras de baixo calão usadas com cunho ofensivo não serão tolerados. A obra tem como intuito entreter, divertir e aproximar os amantes de THE LAST OF US.

Está é uma obra de ficção. Os fatos aqui narrados são produtos da imaginação. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, locais, fatos e situações do cotidiano deve ser considerada mera coincidência

Agradeço a compreensão e respeito de todos e desejo uma excelente leitura.


Autor: Kevin de Almeida Barbosa — Instagram: @escritorkevindealmeida

Capa: Rafael Cardoso — Instagram: @r.c.dossantos

Revisão: Beatriz CastroInstagram: @beatrizcastrobooks


PS- Infelizmente estou DESEMPREGADO. Quer ajudar/incentivar o desenvolvimento desta obra? Faça um pix de qualquer valor pro e-mail escritorkevindealmeida@gmail.com e já me ajudará muito a manter este projeto em andamento. Obrigado de coração e boa leitura!



Volume 13

JACKSON



Após alguns dias de caminhada, finalmente se enxergava a imensa muralha que rodeava a cidade de Jackson. Era fim de tarde, poucos minutos antes do anoitecer. Pensavam em um plano de invasão enquanto reconheciam a situação e, assim que a noite adentrasse, o executariam.

A cada passo, Ellie sentia seu coração apertar mais e mais. Não podia aceitar que a cidade inteira sucumbisse por sua causa. “Malditos Cascavéis”, ela resmungava em pensamento. No fundo, tinha sentido prazer em matar pessoas tão cruéis, mas nunca imaginou que eles pudessem vir até Jackson assombrá-la.

Abby começara a suar, voltar àquele lugar trazia muitas lembranças. Olhou em direção à instalação onde acampou com seus falecidos amigos, onde finalmente executou sua vingança em Joel e onde conheceu Ellie pela primeira vez. “Se eu a tivesse matado ali, meus amigos ainda estariam vivos.” Fechou a mão com força e o ódio cresceu descontroladamente. Olhou para Ellie e vários pensamentos sanguinários passaram em sua mente. Viu a mão dela, a que arrancou os dedos em uma mordida, soltou um sorriso de canto de boca satisfeita com o ferimento, mas não durou muito tempo. Reparou uma mordida de infectado na mesma mão e raciocinou que se ela tivesse matado Ellie naquela vez junto a Joel, não haveria possibilidade de uma cura, esse inferno de mundo seguiria assim para sempre e Lev nunca teria a oportunidade de viver em paz.

— Não... — A voz pesada e melancólica. Ellie sufocou-se nos próprios sentimentos. Ódio, tristeza, remorso...

Lev e Abby logo avistaram o motivo, uma gigantesca pichação no portão principal de Jackson. Um recado, um aviso, uma provocação. Com presas afiadas, olhar ameaçador e língua bifurcada, uma enorme cascavel dava boas-vindas.

“Você tomou minha casa, então tomei a sua” pichado abaixo da cascavel. A tinta vermelha escura escorrida até o chão.

— É sangue — acrescentou Lev com voz fria apontando uma direção. Cerca de dez a quinze corpos usando apenas as roupas de baixo, pregados no muro pelos braços e um balde embaixo de cada um armazenando o sangue que escorria. Alguns pincéis variados também estavam próximos.


——— Pág 1 ———


— Filhos da puta! — Ellie se levantou enfurecida e, antes que pudesse andar, foi segurada pelo braço de Abby.

— O que você fazendo?

— Preciso tirar eles de lá — respondeu com olhar vidrado nas vítimas.

— Isso é exatamente o que ela quer que você faça.

— Ela?

— Víbora — completou Lev, tocando a cicatriz em seu rosto que quase custou sua vida.

— Então é essa que eu preciso matar.

— Você não dá conta dela — disparou Abby.

— Como é?! — Ellie se voltou ainda mais enraivecida.

— Você mal chegou em Jackson e já estava indo direto pra uma armadilha dela. — Antes que Ellie pudesse retrucar, Lev acrescentou:

— Ela te esperando, por isso fez questão de deixar esse recado. Ela quer que você vá com tudo. Que lute sem pensar.

— Ela é esperta. Mesmo você matando boa parte dos Cascavéis, ela coordenou o que restou pra te caçar, dizimou meu esquadrão e tomou sua cidade. Se você quer realmente fazer isso, precisamos de um bom plano.

Ellie apertou ainda mais forte suas mãos, olhava fixamente para os corpos pendurados, pensava em mil maneiras diferentes de fazer Víbora pagar pelo que fez.

— Vamos matar até o último deles — disse com olhar em chamas.

— Beleza, como vamos entrar? — Abby sentou-se.

— Tem algum lugar que dê pra gente entrar despercebido? — Lev cruzou as pernas como um índio, olhando para Ellie.

— Não. A defesa de Jackson é bem fechada. As únicas entradas são o portão principal e um portão dos fundos, mas com poucos soldados é possível vigiar bem esses lugares.


——— Pág 2 ———


— E pular pela muralha? Tem árvores grandes ali na direita. — Lev apontou para o local.

— A muralha tem cerca de 15 metros, uma queda seria mortal. Fora que não temos equipamento de escalada — respondeu Ellie.

— Não preciso de equipamento pra escalar uma árvore dessas — falou Lev com tranquilidade.

zoando, né?

— Lev, nós precisamos de equipamentos. Nem todo mundo nasceu um Tarzan como você — rebateu Abby.

— Tarzan? — Lev cruzou os braços. — Odeio quando me chama desses nomes estranhos. Olha, se a gente escalar...

— Nada de árvores, Lev! — Abby o cortou. — Tem alguma outra possível entrada? Alguma que não entre pessoas.

Ellie pensou por alguns minutos. “Que não entre pessoas” aquilo clareou sua mente. — Tem, mas vocês não vão gostar nada, nada.

_______________________________________________________________________________________

A noite adentrou o céu alguns minutos depois. Estavam em uma pequena construção perto de um rio a poucos quilômetros de distância. Nenhum sinal de vida por dentro, apenas alguns equipamentos mecânicos, um gerador e duas grandes turbinas.

— Que lugar é esse? — perguntou Lev, encarando pela primeira vez uma turbina hidráulica.

— Aqui é onde distribuímos a água pra cidade — respondeu Ellie.

— Vocês fazem água nesses negócios?

— Não, Lev. Esses “negócios” servem pra bombear água do rio para a cidade deles. — Abby socou de leve a estrutura de metal.

— Vocês não precisam ir até o rio pra buscar água?

— Não.

— Legal, igual a base dos Vagalumes, né, Abby? — Ellie e Abby se encararam ao ouvirem o nome “Vagalumes” e logo desviaram o olhar.


——— Pág 3 ———


, mas o que nós estamos fazendo aqui? — Abby passou a mão nos equipamentos, procurando algo de útil. Ellie olhou para um cano com uma enorme válvula em uma espécie de porta. — Não! Você não pode falando sério!

— O quê? — perguntou Lev.

— É o único jeito de entrarmos sem sermos percebidos — falou Ellie.

— Sem chance, até a ideia do Lev parece mais sensata agora. — Abby parecia indignada.

— O que é? — insistiu Lev.

— Não temos como escalar mesmo que quiséssemos — retrucou Ellie.

— E não temos como respirar do seu modo.

— Que modo? — A voz de Lev estava ansiosa.

— São só por alguns minutos.

— Minutos?! Não dá pra ficar sem respirar por minutos — respondeu Abby exaltada.

— Eu sei de um modo — respondeu Lev irritado e ambas o encaram. Ele colocou a mão na mochila e, quando a tirou, mostrou o dedo do meio.

— Que porra é essa, Lev? — Abby deu um tapa na mão do garoto.

— Stiven disse pra fazer isso quando você me irritasse. — Abby retraiu-se. As pegadinhas de Stiven ainda viviam de alguma forma e isso lhe confortou. — Agora me diz qual é o plano.

— Vamos descer pelo cano, garoto. Como uma descarga — disse Ellie se aproximando da válvula.

— Já disse, não tem como a gente ficar tanto tempo sem respirar — insistiu Abby.

— Eu sei de um modo. — Lev interrompeu novamente.

— Se você mostrar outro dedo, eu vou... — Abby fechou o punho, mas ele continuou.

— É sério. Os Serafitas tinham um meio de se esconder nos rios quando eram caçados por Lobos. Usávamos garrafas ou sacos com canudos pra ter um recipiente de ar. Durava bem pouco, mas muitas vezes esses poucos segundos foram a diferença entre a vida e a morte.


——— Pág 4 ———


— É muito arriscado. — Abby torceu o nariz, não comprando a ideia.

— Mais do que entrar no covil dos Cascavéis? — retrucou Lev.

— Me convenceu. — Ellie riu conformada. — Procurem garrafas ou sacos plásticos pra ganharmos alguns segundos embaixo d’água.

Minutos depois, os três se encontram em frente ao cano. Ellie e Lev haviam achado garrafas, mas Abby achara apenas um pequeno saco plástico.

— Deixa que eu fico com o saco, sou mais experiente. — Lev esticou a mão.

— Não, pode deixar, só me explica direito como faz.

— Usa a garrafa, é mais fácil e cabe mais ar — insistiu Lev.

— Me ensina logo como se faz — teimou Abby.

— Nós improvisávamos entradas com canudos, pra evitar que o ar escapasse. Mas como não achamos canudos, vamos apenas colocar na boca.

— Só isso? — Ellie entortou as sobrancelhas.

— Você não pode deixar o ar escapar, nem deixar que entre água, e só sugue o ar quando não aguentar mais prender a respiração. Talvez isso nos dê uns quinze a vinte segundos a mais embaixo d’água.

— Isso vai ser o suficiente?

— Terá que ser. — Ellie virou uma válvula para diminuir a pressão da água e abriu o compartimento.

O cano tinha uns 2 metros de diâmetro e a água corria feroz. Não podia ser mais lenta, pois teriam que ficar mais tempo sem respirar, nem mais rápida ou seriam esmagados pela pressão. Um verdadeiro toboágua mortífero.

— Mais uma coisa, quando saírem do cano, vão estar no recipiente de tratamento. É possível que o filtro esteja ligado, então segurem em qualquer coisa que puderem.

— Por quê? — perguntou Lev.

— Por que se forem puxados para o filtro, serão triturados.


——— Pág 5 ———


Lev e Abby congelaram ao ouvir isso, mas Ellie não lhes deu tempo para processar a informação já que colocou a garrafa na boca, fez um joia com a mão e sumiu perante as águas do cano.

— E ela só fala isso agora? — resmungou Abby.

— Troca o saco comigo — insistiu Lev mais uma vez.

— Relaxa, garoto, eu sou boa em prender o fôlego. Agora vai, te encontro logo.

Lev consentiu descontente e desceu pelo cano com sua garrafa na boca.

O sorriso de Abby se desfez. Havia mentido para Lev. Odiava a ideia de ficar sem respirar, não confiava na artimanha dele e achava que o garoto se afogaria caso usasse o saco plástico. Preferiu assumir o risco. Fechou o saco cheio de ar próximo à sua boca, encheu os pulmões de ar e se jogou no turbilhão aquático.

A água estava muito gelada, aguçando todos os sentidos de Abby. O turbilhão a levou por uma escuridão sem fim. Sentia como se escorregasse direto para sua morte. Sua respiração começava a falhar, mas tentava segurar um pouco mais antes de puxar o ar do saco. A pressão da água pressionava seu corpo e, em uma curva do cano, jogou Abby contra a estrutura de metal. O impacto fez com que Abby largasse o saco plástico antes que pudesse sugar seu ar. Tentou abrir os olhos numa tentativa inútil de recuperar o saco, mas já era tarde. A água apenas ardeu seus olhos e a desesperou ainda mais. Estava à deriva, não havia nada que pudesse fazer. O ar em seus pulmões saiu borbulhando e agora, apenas o vazio e o aperto no peito. Sufocava em meio à confusão molhada que se encontrava sentindo seu pulmão se contorcer como uma embalagem à vácuo. A vontade de inflar seus pulmões era enorme, mas sabia que se fizesse isso, se afogaria.

Precisava aguentar só por mais alguns segundos, mas a espera era interminável até que, involuntariamente, puxou com força procurando ar, mas sentiu-se inundar pelas águas da morte. Seu nariz e garganta sufocaram com ardência, sentia bolhas passarem por suas vias respiratórias e um frio interno. Uma força do diafragma tentava expulsar a água, mas, a cada movimento, mais e mais água a invadia. Seu corpo doía por inteiro e a dor era insuportável. O desespero tomara conta, tentou socar as paredes do cano, mas isso só a fez bater ainda mais nas paredes de metal. O som de bolhas começou a silenciar pouco a pouco, junto a sua consciência que se desligou, deixando o corpo de Abby inerte.


——— Pág 6 ———


— Ahhhhhhhhfff — Ellie puxou ar com força. A cabeça fora d’água em um ambiente ainda escuro. Uma das tampas tinha uma janela transparente, o que ajudou a ter o mínimo de noção de onde estavam. Era um contêiner com cerca de cinco metros de diâmetro. Não conseguia alcançar os pés no chão pela profundidade. Escutou Lev saindo de debaixo d’água ao seu lado.

bem aí?

! Eu fui puxado pela água naquela direção... — disse ofegante, apontando para o fundo. — Deve ser o tal filtro que você falou. Cadê a Abby?

— Não chegou ainda — disse, olhando ao redor até que encontrou uma manivela. — Ali, vamos sair daqui.

— Abby já deveria ter chego. — Lev procurou por um sinal nas águas, mas ainda estava muito escuro. Então, sentiu algo grande trombando suas pernas e afundando. — Abby! — O garoto se esticou e pegou ela pelo braço, mas seu peso junto à correnteza do filtro o puxou para o fundo.

— Droga! — Ellie os viu afundando e se apressou em abrir a porta para sair do contêiner.

Lev estava submerso. Apesar de segurar Abby firmemente, não conseguia sair do fundo das águas geladas. Ouvia as turbinas ficando cada vez mais fortes, ao mesmo tempo que sentia as ondulações puxando-os cada vez mais. Tentou se segurar em algo, mas as paredes eram lisas. Começou a nadar até a superfície, porém seus esforços não eram suficientes para sair da correnteza, apenas retardava o inevitável. Lev sabia que não conseguiria sair de lá com Abby. Seus esforços eram inúteis e era só uma questão de tempo até se afogarem ou serem puxados para o maquinário. Se soltasse Abby, poderia sobreviver, mas ele se negava, preferia morrer junto a ela do que abandoná-la. Questionava-se por que Ellie demorava tanto para puxar eles do fundo. Olhou para cima e viu uma passagem de luz entrando na água, um quadrado luminoso e uma silhueta passando. Devia ser Ellie saindo do reservatório.

Uma pontada de tristeza e desapontamento tomou conta de si. Estava começando a se acostumar com Ellie, e achou que ela estava do lado deles depois do que aconteceu no Buffet, mas estava enganado. Seus membros estavam dormentes do esforço aquático para evitar que caíssem na morte. Sentiu um aperto no pulmão e, em segundos, também foi inundado. Afogava-se junto a Abby, não tinha mais forças para continuar resistindo à correnteza. Seus braços falharam e se sentiu sendo puxado com tudo para o fundo. Não acreditava que acabaria daquele jeito, traídos por aquela que protegiam.


——— Pág 7 ———


Um som mecânico e robusto ressoou, a correnteza parou e as águas se acalmaram. O corpo de Abby ficou mais leve sem toda a pressão que o filtro exercia. Lev usou seus últimos resquícios de força para submergir junto a Abby ainda desacordada. Lev cuspiu a água pra fora de seus pulmões, respirou fundo e sua consciência normalizou gradativamente. Viu Ellie esticando a mão e empurrou o corpo de Abby. Ellie a pegou pelo braço, puxando-a de qualquer jeito, fazendo questão de largá-la no chão sem cuidado algum. Abby bateu a cabeça ao cair, mas Lev estava muito cansado para defendê-la, pois esforçava-se para sair do reservatório.

Estavam em um chão de grade metálica dentro de uma construção com vários reservatórios e maquinários. As lâmpadas estavam apagadas, eram iluminados apenas por alguns feixes de luz lunar que entravam pelas janelas.

— Vai, garoto, salva logo essa inútil antes que ela morra afogada — disse, correndo até a porta para verificar se tinham alertado alguém.

Abby estava sem respirar, inerte no chão. Lev pulou ao seu lado e começou a fazer as massagens cardíacas que aprendera com os Vagalumes.

— Droga! Temos companhia! Tira ela daqui! — advertiu Ellie, tomando cobertura.

— Quê?! Como sabem que estamos aqui? — perguntou enquanto massageava desesperado o peito de Abby.

— Não ouviu o barulhão do maquinário parando?! Acho que não, você e Abby estavam muito ocupados se afogando.

— Glurp! Cofpl! Glarp! — Abby cuspia litros de água para fora de seus pulmões. Tossia descontroladamente, tentando puxar o mínimo de oxigênio que fosse.

— Cala a boca! — ordenou Ellie, mas Abby nem sequer a ouviu. Seus sentidos ainda estavam confusos, sua respiração precária ardia todo seu sistema respiratório e o frio enrijecia seu corpo. — Moleque, leva ela daqui! Agora!

Lev apoiou Abby no ombro e a ajudou a andar até alguma cobertura. Abby ainda estava muito debilitada e tossia bastante, mas se esforçou para acompanhar o garoto até um gerador na quina de uma parede, onde se esconderam. Ellie subiu em um dos altos reservatórios e agachou-se, mirava para a porta, só esperando os inimigos mostrarem a cara. Finalmente, começaram a escutar algumas vozes.


——— Pág 8 ———


— Foi aqui? — disse um homem magrelo de touca verde.

— Acho que sim, tenho quase certeza que o barulho foi de um gerador daqui — respondeu um rapaz robusto de colete militar.

— Será que é alguém resistindo?

— Se for, vamos levar pra ficar junto aos outros no ginásio. — Riu o rapaz.

Lev sacou o arco e preparou uma flecha. Abby ainda estava muito atordoada para reagir.

— Cara, falando nisso, eu respeito a Víbora e tals, mas você não acha perigoso manter tantos deles vivos?

— Você conhece ela, disse que queria todos juntos pra fazer algo pra “Besta Ruiva”.

— Mas, cara, já vi ela fazer isso com um grupo e tals, mas com uma cidade inteira? Sei lá, vai que eles se rebelam?

— Se rebelar? — O rapaz gargalhou.

falando sério! A gente não precisa usar todos eles. Já temos a cidade e os seus recursos, a gente devia matar metade pelo menos. É isso que eles merec....

— ARRG! — Ellie pulou em cima dos dois cravando uma faca na cabeça de touca e caindo em cima do outro de colete. A arma do rapaz rolou pelo gradeado. Ele levantou e encarou Ellie, que já estava a postos para o combate. Ela tentou um golpe com faca, mas ele desviou e sacou uma faca maior do coldre em sua perna.

— Você vai pagar por isso, vagabunda! — Avançou com um corte na direção do rosto. Ellie agachou e fez um corte na coxa do rapaz. Ele era mais forte, e sua faca mais letal, mas Ellie era mais rápida e selvagem. Ele tentou mais um ataque e outra vez Ellie desviou-se, cravando a faca em seu abdômen, jogando-o contra um armário de metal. O rapaz segurou os braços dela e lhe deu uma cabeçada. No momento que a desorientou, socou sua mão e conseguiu derrubar a faca de sua cintura. Puxou as costas de Ellie para seu peito e a abraçou. Forçava sua enorme faca contra o rosto dela enquanto a pressionava por trás. Sendo prensada pela força dos braços com a faca pela frente e o peito do rapaz por trás, Ellie não tinha muita escapatória. Em um instinto de combate, Ellie deu uma cabeçada para trás atingindo a testa do rapaz. Em seguida, em vez de empurrar contra a faca, empurrou a favor, e inclinou a cabeça para o lado. O rapaz cravou a faca em sua própria garganta e escorregou vagarosamente ao chão gorgolejando sangue até a morte.


——— Pág 9 ———


— Ainda bem que ela do nosso lado agora, né? — Lev cochichou para Abby enquanto encarava a cena sangrenta. Abby virou o rosto, levantou-se com dificuldades e disse:

— Precisamos sair daqui. Eles podem vir procurar esses dois.

— Finalmente acordou! Faz alguma coisa que preste e ajuda a jogar os corpos no reservatório pra não levantarem suspeitas. — Arrastou um dos corpos para o reservatório com tanta naturalidade que nem parecia que quase acabara de morrer.

Ainda muito debilitada pelo afogamento, Abby não teve forças para retrucar a provocação e apenas ajudou Lev a jogar o outro corpo no reservatório.

— Os idiotas aqui abriram a boca sem eu nem precisar fazer nada. Os reféns estão no ginásio e, pelo visto, tem muitos.

— Isso é um bom sinal, né — disse Lev, fechando a tampa do reservatório. — A essa altura, achei que Víbora já tivesse matado a maioria.

— Ela deve ter deixado eles vivos pra usar como escravos. Acho que é o jeito dela de provocar Ellie, fazendo ela ver sua própria cidade escravizada servindo aos Cascavéis.

— Esse foi o maior erro dela. O povo de Jackson é feroz, assim que libertarmos eles, vamos matar cada um dos Cascavéis. E essa tal de Víbora... — Os olhos de Ellie chamuscavam. — Vou matar eu mesma.

——— FIM ———


Finalmente nossas personagens voltaram à Jackson. O que acham que os Cascavéis fizeram com a cidade? Onde estarão Tommy e Maria? Quais suas teorias para o próximo capítulo? Deixem nos comentários a opinião de vocês e compartilhem pra dar aquela força no meu trabalho. Espero que estejam todos gostando do rumo que a história está seguindo e agradeço os comentários e a força que vocês estão dando. Até semana que vem!

PS- Infelizmente estou DESEMPREGADO. Quer ajudar/incentivar o desenvolvimento desta obra? Faça um pix de qualquer valor pro e-mail escritorkevindealmeida@gmail.come já me ajudará muito a manter este projeto em andamento. Obrigado de coração e boa leitura!

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4 Comments


patrick_albert
Nov 28, 2021

Muito foda essa fan fic, estou ancioso para saber como o Tomy vai reagir quando ver a Abby kkkk ( se ele estiver vivo )

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Kevin de Almeida
Kevin de Almeida
Nov 29, 2021
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Hmmm tem essa né. Ellie mentiu pra ele sobre isso. Essa sua ansiedade será sanada em breve haha

Valeus por acompanhar e estar curtindo a fanfic ✌🏼

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Heitor Coelho
Heitor Coelho
Nov 25, 2021

Cara eu tava mt ansioso pelo próximo capítulo!!!

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Kevin de Almeida
Kevin de Almeida
Nov 26, 2021
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Hahaha bom saber disso ✌🏼

A história tá empolgante né. Vai se preparando pros próximos capítulos ein negócio vai pegar fogo

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