The Last of Us Part 3 - Vol. 6
- Kevin de Almeida
- 2 de set. de 2021
- 17 min de leitura
Atualizado: 28 de out. de 2021

THE LAST OF US
PARTE III
FANFIC
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Autor: Kevin de Almeida Barbosa — Instagram: @escritorkevindealmeida
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volume 6
sobreviventes
Outros três soldados e o capitão Lucius já estavam nas celas. Os soldados estavam machucados, um sem orelha, outro faltando alguns dedos, claramente vítimas de tortura na extração de informações. Todos na cela estavam com os braços amarrados nas costas. A claridade da fogueira não chegava até as jaulas, mas as grades eram vazadas fazendo com que qualquer Cascavel conseguisse vê-los caso tentassem fugir.
— Lev! Você tá bem? — perguntou Abby, analisando seu pescoço.
— Relaxa, ela não apertou aquele negócio.
— Ainda bem! Que susto! — Ajeitou o cabelo bagunçado do garoto soltando um suspiro e se virou. — Stiven! Como você tá? — Ela se aproximou sentada.
— Meio zonzo... — respondeu, os olhos girando.
— Tá perdendo muito sangue. — Abby passou suas mãos amarradas por debaixo das pernas para ter uma melhor movimentação dos braços. — Me dá seu punho. — Arrancou a manga de Stiven com os dentes e um puxão bem dado, em seguida, improvisou um curativo para estancar o sangramento.
— Va... Valeu... — Sua voz mais parecendo um grunhido. — Eu tinha planos pra aquela mão, sabia? E eles envolviam você.
— Então guarda suas energias porque ainda te sobrou uma mão.
— Não é hora de me iludir, Abby. — O garoto virou o rosto.
— Se não agora, quando? — Ela encarou Stiven nos olhos.
Um assobio tomou o ar. Víbora estava de pé em cima de um tronco chamando atenção de seu esquadrão. Ela assobiou mais uma vez e, em pouco tempo, seus capangas se reuniram em volta dela. Havia ainda dois soldados vigiando a jaula dos reféns. E outros dois perto de uma tenda onde Marjore entrou e saiu várias vezes.
— Atenção, Cascavéis! Cheguem mais perto. — Víbora falava alto, a voz imponente.
——— Pag 1 ———
— Ei, garoto, o que você tá fazendo? — Uma das prisioneiras perguntou a Lev, mas ele não respondeu. Ela se aproximou e continuou. — Tem alguma ideia de como tirar a gente daqui?
— Shhh! — Lev tentou aquietá-la.
— Acho que aquela cabana tem armamentos, a gente podia dar um jeito de...
PLAM! Uma pedra atingiu uma das grades da jaula.
— C[BC1] alem a boca seus merdinhas — disse um dos capangas que atirara a pedra. A garota se encolheu, mas continuou próximo a Lev.
— Poucos conheceram o mundo antigo, lar de um povo fraco, alienado, iludido. Não é à toa que não conseguiram impedir toda essa merda. Mas todos aqui conhecem essa caralha de mundo apocalíptico...
O discurso de Víbora começava. Seus capangas lhe davam toda a atenção, inclusive aqueles que vigiavam a jaula, que estavam agora um pouco mais distantes dos prisioneiros para ouvir melhor.
— Você precisa sair daqui, Abby — cochichou Stiven com dificuldade.
— Como assim “eu”? Você vem comigo!
— Tô falando sério.
— Eu também!
— Abby, escuta. Se essa Víbora colocar as mãos na garota imune, já era. A gente não pode deixar essa chance escapar de novo.
— Não vamos deixar e você vai me ajudar nisso. A gente precisa dar um jeito de sair da jaula e pegar nossas coisas.
— Sair da jaula é mais importante, não sabemos onde estão nossas coisas. Pega a arma de alguém e foge.
— Uma arma só não vai libertar todo mundo.
— Tá. Como escapou da última vez?
— Eu não escapei. — Ela virou os olhos. A voz ainda mais baixa.
——— Pag 2 ———
— Então, como fugiu?
— De um jeito que não vai dar pra fugir aqui. Precisamos de uma distração.
— Bom, eles guardam os infectados. Talvez se acreditarem que um de nós está infectado, nos jogue na cela com os outros.
— Isso é suicídio! — Abby torceu o rosto. — Se não conseguirmos agir nesse momento, a pessoa que se passar por infectada vai ser devorada viva.
— Talvez. Lembra o que a Víbora disse quando tirou a língua do capitão? — Abby o encarou confusa. — Ela disse para jogar a língua perto dos recém infectados, pra saber quando estivessem prontos.
— Ela deve ter uma jaula pra aqueles que não se transformaram completamente. Mas ainda assim é muito arriscado.
— Tem plano melhor? — Stiven a encarou e um breve silencio se instalou.
— Tá. — Abby revirou os olhos. — E depois?
— Eu já dei a primeira ideia, sua vez agora.
— Você continua irritante, sabia?
— Eu perdi uma mão, não meu senso de humor.
— Eu mereço. — Virou-se para Lev, mas ele não estava mais no mesmo canto. O enxergou perto dos outros soldados reféns. — O que ele tá fazendo ali no meio? — Abby se moveu e acabou fazendo barulho, chamando a atenção de um dos capangas. Ela fingiu estar se ajeitando. — Que bela hora pro Lev ir pra longe. — Olhou ao redor e pensou por alguns segundos. Lucius estava na quina da jaula, inerte, visivelmente derrotado. — Beleza, tem dois soldados vigiando a gente, mas eles estão mais preocupados com o discurso idiota. A gente fala que tem um infectado aqui e, quando um deles entrar, a gente rende ele e pega sua arma.
— E o outro?
— Você alcança a pedra que o idiota jogou na gente? — Apontou para a pedra do lado de fora da jaula.
— Humm, desculpa se seus braços musculosos não passam pelo vão da grade.
——— Pag 3 ———
— Minhas mãos estão amarradas, seu retardado!
Stiven riu com dificuldades e respondeu.
— O lado bom de não ter uma mão, é que não conseguem te amarrar direito, né? — tentou brincar para camuflar a dor de seu esforço. — Peguei a pedra, agora se o outro soldado desconfiar, a gente taca nele.
— Não! A gente não vai conseguir matar ele com uma pedra nessa distância. A gente joga em algum canto escuro pra distrair ele, daí alguém vai e o pega por trás.
— Sério?! Sorrateira?! Pensei que seu estilo fosse mais... Haur! — Aperta um dos braços forçando o bíceps.
— Só... para um pouco de falar, tá? Você não tá em condições.
— Abby. — Lev apareceu atrás deles. — Já libertei os outros, só falta você.
— Pera, quê? Como você fez isso?
— Quando a Víbora enfiou a seringa em mim, eu peguei aquele canivete escondido no bolso da calça dela. O que ela usou pra cortar a língua do Lucius.
— É por isso que eu amo esse moleque, já tava pensando na fuga, né? — disse Stiven.
— Não... Eu achei que ia morrer, queria levar ela comigo — disse sério enquanto cortava as amarras de Abby.
— Você é incrível Lev! Descobriu alguma coisa com eles?
— Eles são Cintia, Rogers e Susan, vão ajudar na fuga. Não vieram aqui pra não levantar suspeitas.
— E o Lucius? — perguntou Stiven.
— Tá muito abatido, mal deu atenção pra gente, melhor não contar com ele — respondeu Lev. — Eles foram torturados naquela cabana do lado. Disseram que nossas coisas estão lá.
— Tá, isso é ótimo. Você fez a ronda hoje de manhã, tem alguma rota de fuga? — questionou Abby.
— Não exatamente. O Sul de onde viemos....
——— Pag 4 ———
— É campo aberto, eu sei, não duraríamos muito tempo.
— Ao Norte é onde temos que ir.
— Mas tem um bando de Cascavéis reunidos e escutando outra Profetiza maluca.
— Ei! — Lev se ofendeu.
— Concentra, Lev, ao Leste só tem o rio?
— Isso. Já falhamos uma vez com mais pessoas e armas, não conseguiremos nessas condições.
— Então, vamos para Oeste.
Lev ficou em silêncio.
— Ihh pela cara dele não vai ser boa coisa — reparou Stiven.
— Dá pra gente fugir deles por lá? — pressionou Abby.
— É nossa melhor chance, não vão querer nos seguir por lá.
— Tu tá me assustando garoto — continuou Stiven.
— Não temos escolha, Stiven, vamos pro Oeste — confirmou Abby. — Beleza, o plano é o seguinte...
Víbora continuava seu discurso:
— A natureza estava farta de ser palco para tamanha fraqueza. Homens preocupados com papéis de troca e roupas chiques. De longe destoados dos que um dia foram os verdadeiros guerreiros. Assim, ela trouxe o mundo novamente pra sua origem, retomando os sagrados valores da sobrevivência. Criou uma nova era com novos predadores pra extinguir as presas que estavam no poder. A ordem voltou. A lei da natureza, a lei da vida, a lei do mais forte. E nós estamos aqui! Provamos que nós somos o topo da cadeia alimentar. Nós somos o verdadeiro predador. A natureza estava nos selecionando para um propósito. Propósito este que foi revelado hoje.
— Ei, ei! Soldado! — Cintia chamou um dos capangas. — É minha amiga, ela foi mordida, tá se transformando aqui dentro! — Susan se contorcia para chamar atenção.
— Puta merda, era só o que me faltava. Você não conferiu antes de pôr ela lá?
——— Pag 5 ———
— Claro que conferi. Deixa lá, eles já abriram o bico mesmo.
— Tá maluco? Viu como a Víbora se divertiu com esses? Não é bom deixar seus brinquedinhos estragarem.
— Então mata a infectada, mó role levar ela pra outra jaula.
— É, mais rápido. — O capanga carregou a arma e se aproximou.
— Não! — alertou Abby. A atenção do soldado virou-se para ela. — Ela... ela... — Abby agiu sem pensar, não sabia o que dizer.
— Tem uma cicatriz de mordida de cachorro — disparou Lev.
— Isso, ela não deve tá infectada, deve ser outra coisa — completou Abby.
— Tá de gozação, né? — O soldado reclamou e virou as costas. Os prisioneiros se olharam.
— Agora ele tá indo embora! — cochichou Cintia.
— Ele ia matar ela! — retruca Abby.
— A gente tem que chamar ele de novo — insistiu Lev, todos murmurando.
— Ela tá infectada, sim! — disparou Cintia novamente. — Conheço uma mordida de cachorro.
O soldado virou-se novamente e olhou para Susan se contorcendo.
— Não é infecção — rebateu Abby ao ver a arma engatilhada.
— Ela tá infectada! — Cintia olhou para Abby e insistiu, como se desse um sinal com o rosto.
— É mordida de cachorro! — teimou Abby.
— CHEGA DESSA MERDA! — gritou o capanga.
— Sua chefe não disse que precisa repor o estoque de infectados? — disse Stiven cansado, escorado nas grades. — Se matar ela, talvez você seja seu substituto.
O capanga engoliu em seco e impôs:
——— Pag 6 ———
— Vocês, pro canto! — Pegou uma chave e abriu a Jaula. Os reféns estavam encostados nas grades e a garota no fundo se contorcendo. O outro soldado estava atento, observando seu parceiro. Rogers, o outro prisioneiro, jogou a pedra em uma direção oposta. Funcionou melhor que o esperado, o soldado olhou para o lado mirando sua arma. Lev aproveitou a distração para sair da jaula e se aproximar sorrateiro.
O capanga de dentro da jaula empurrou a cabeça de Susan. Antes que pudesse ver o rosto da garota, sofreu um mata leão de Abby, que o sufocou em poucos segundos.
— Ei, Marc... Argh! — Um canivete direto na garganta calou o guarda de fora. Lev limpou o canivete na roupa e voltou para perto da jaula. Aparentemente, ninguém foi alertado, ainda estavam imersos no discurso em volta da fogueira.
— Beleza, vamos pegar nossas coisas e sair daqui o mais rápido possível. — Abby olhou para Lucius no fundo da jaula. — Vem com a gente. — Ele a encarou por um instante e virou o rosto. — Argh, morre aí então.
Eles se esgueiraram pelas sombras andando apressados, mas com cuidado para não alertar os outros. Chegaram na porta da tenda. Havia duas pessoas lá dentro.
— Lev, dá a volta — ordenou Abby, e o garoto se esgueirou pelo mato. Ela ficou observando por alguns segundos até ver Lev na abertura do outro lado[BC2] . Então, acenou e ele grudou o canivete no pescoço do soldado. O outro tentou reagir, mas... — “AQUI!” — Ele se virou e recebeu um soco tão bem dado de Abby, que caiu apagado na hora. — Rápido, peguem suas coisas.
A tenda era grande, cabia cerca de dez a quinze pessoas. Tinha uma salinha com uma cadeira, onde faziam as torturas. Algumas gavetas e prateleiras improvisadas e uma caixa de madeira com bastonetes vermelhos dentro.
— O que é isso aqui? — Rogers tentou olhar curioso.
— Não temos tempo, vamos sair logo daqui — apressou Abby.
Eles pegaram suas coisas e saíram pela outra porta da tenda, marchando para Oeste. Mas algo no discurso de Víbora chamou atenção de Abby que ficou para escutar.
— Cascavéis! A natureza nos proporciona uma cura! É hora de restabelecer o poder da raça humana. Mas, desta vez, não cometeremos os erros dos nossos antepassados. Não há espaço para o fraco. Não há espaço para a compaixão. Apenas o forte prevalece. Apenas o forte tem direito à cura. Apenas nós, Cascavéis, decidiremos quem é merecedor dessa nova era que virá. A Era dos Cascavéis! — berrou Víbora .
Seus capangas jogaram os braços para cima gritando em coro:
——— Pag 7 ———
— Cascavéis! Cascavéis! Cascavéis!
— Ela quer monopolizar a cura... Filha da pu... — Seu olhar se desviou e viu Lucius, caminhando em direção à Víbora, pistola numa mão, caixote sendo arrastado na outra. — O quê?! Que merda ele tá fazendo?! — O viu se aproximando mais até que os soldados o notaram.
— Você?! Quem te deixou passear? — Reparou Víbora na jaula vazia. — Cadê aqueles imundos?
— Droga, Lucius! — Abby forçou os dentes e se preparou para fugir.
Lucius jogou a caixa próximo a Víbora e dos soldados. Estava cheia dos bastonetes vermelhos que Rogers havia comentado. Lucius apontou a arma para a caixa. Os olhos de Víbora se arregalaram.
KABOOM!!!! — Uma grande explosão iluminou a floresta. Pedaços de corpos voaram para todos os lados, inclusive os de Lucius. O som ensurdeceu qualquer um por perto. O zunido da explosão ainda ecoava nos ouvidos de Abby, junto a um grito voraz e raivoso.
— PEGUEM OS MALDITOS! — A voz de Víbora era inconfundível, de alguma forma, ela sobreviveu à explosão. — QUERO ELES VIVOS!
— MERDA! MERDA! MERDA! — Abby disparou em retirada.
Após alguns metros, encontrou seus companheiros de fuga. Rogers usava seu ombro para ajudar Stiven na corrida.
— Que explosão foi aquela? — perguntou Stiven ao ver Abby.
— Seu capitão se explodiu no meio deles!
— O que?! Pera.. Quê?! — Stiven retorceu seu rosto.
— Sem tempo pra isso. Precisamos sair logo daqui. Cadê o Lev?
— Mais à frente, mostrando o caminho — respondeu Rogers.
——— Pag 8 ———
— Vou atrás dele. Apertem o passo, não sei quanto tempo temos. — Andou mais depressa, contudo, evitando fazer muito barulho. Então chegou até Lev. Cintia e Susan estavam com ele. — Falta muito pra chegar?
— Mais alguns metros e chegaremos ao túnel — respondeu Lev, focado no caminho.
— Túnel?! — Um calafrio subiu a espinha de Cintia — Droga! Pode ter infectados lá.
— Prefere voltar pra eles? — Abby apontou o polegar para trás.
— Pelo menos no túnel será mais fácil de a gente se esconder — completou Susan.
Mais alguns minutos de caminhada apressada e finalmente viram uma imensa montanha. Só naquele momento[BC4] se deram conta que caminhavam sobre uma estrada camuflada pela grama e escuridão, que levava[BC5] a um túnel com entrada tapada por pedregulhos, como se tivesse ocorrido uma demolição.
— Caralho! Tá fechado, Lev! — Abby levou as mãos à cabeça. Lev a ignorou e continuou seguindo.
— Não dá pra gente dar a volta? — Cintia apontou para as bordas da montanha.
— É muito íngreme. Stiven não conseguiria subir e eu não consigo escalar carregando ele — respondeu Rogers ofegante. Lev já havia começado a subir os pedregulhos que tampavam a entrada do túnel.
— Não dá pra voltar, vamos ter que dar um jeito de entrar. — Susan jogou a arma nas costas e bateu as mãos nas coxas, aquecendo-as.
Ao fundo, sons de latidos surgiam e aumentavam gradativamente.
— Puta merda! Desde quando eles têm cães? — resmungou Stiven
— A gente tem que dar um jeito de entrar nesse túnel agora! — disse Cintia, mirando sua arma para os latidos.
— Abby, aqui! — acenou Lev. — Me ajuda a tirar essas pedras! — Ela subiu até o topo, onde ele estava. — Dá pra abrir uma passagem aqui.
— Rogers, ajuda a gente! — ordenou Abby lá de cima enquanto jogava algumas pedras para baixo. — Susan, fica com o Stiven e ajuda ele a subir. — Todos fizeram o que foi ordenado. — Cintia, fica atenta com os cães e nos avise se estiverem chegando.
——— Pag 9 ———
— Abby — chamou Cintia. — Estão chegando! — Do escuro da floresta, os latidos ficavam cada vez mais próximos e, ao fundo, sons parecidos com vozes um pouco mais distantes. — Susan, joga sua P90! Não vou conseguir parar cães com uma pistola.
E assim Susan o fez, enquanto ajudava Stiven a subir os pedregulhos. Rogers já estava bem próximo de Abby e Lev, que atiravam pedras como cães cavam para esconder ossos. Uma rajada de tiros tomou o ar e um cão caiu morto.
— Estão aqui! — alertou Cintia recuando.
— Ouvi tiros! Estão perto! — Uma voz ressoou ao longe. Mais um cão apareceu e pulou feroz ao ataque, mas Cintia também o abateu. Susan e Stiven estavam mais próximos do topo, enquanto os outros três tiravam pedras e mais pedras na esperança de uma saída milagrosa.
— Nada ainda? Não tenho muita munição aqui. — Cintia os apressou.
— Estamos quase lá, aguenta mais um pouco. — O suor escorrendo na testa, as mãos secas e pontas dos dedos sangrando. Mais uma grande pedra foi jogada barranco a baixo pelos fortes braços de Abby.
Dois cães aparecem cercando Cintia pelos lados. Ela errou uma rajada. Um dos cães pulou em sua direção, mas ela saltou sobre os pedregulhos escapando por um triz.
— Gente, agiliza essa porra! — Cintia tentou se afastar dos cães, mas pisou em falso em uma pedra que deslizou. Seu desequilíbrio foi rápido, mas o suficiente para que um dos cães mordesse sua perna e a derrubasse.
— CINTIA! — Susan largou Stiven e desceu para resgatar sua amiga. Cintia apertou o gatilho com gosto, matando o cão que a mordia. Virou[BC6] -se para atirar no outro, mas havia descarregado seu pente. Antes que pudesse mudar de arma, recebeu uma mordida selvagem no braço. O animal chacoalhava a cabeça dilacerando a carne em sua boca. Cintia gritou em agonia e tentou se libertar desesperada, mas era inútil. Os dentes do animal estavam cravados fundo em seus ossos. O cão a arrastava quando Susan acertou três tiros nele, resgatando sua amiga. Um forte cheiro de sangue subia do braço pendurado em carne viva. Susan apoiou Cintia no ombro e a ajudou a escalar.
— AQUI! DEU CERTO! — afirmou Lev entusiasmado ao finalmente ver um buraco. — Agora é só alargar pra gente passar.
Mais três cães apareceram seguidos por luzes de lanternas.
——— Pag 10 ———
— ELES CHEGARAM, ABRAM LOGO ESSA MERDA DE BURACO! — berrou Susan. Os cães escalavam as pedras atrás delas.
— Stiven! Dá cobertura! — gritou Abby, mas ele estava debruçado em uma das pedras. — Stiven, isso não é hora! Stiven!
— Acho que ele desmaiou! — disse Rogers, encarando-o.
— Droga! Arromba essa merda de montanha! — Abby escorregou nas pedras até se aproximar de Stiven. Chegou até ele e levantou seu rosto. Desmaiado! Ela lhe deu alguns tapas no rosto enquanto o chamava. Ele abriu os olhos semicerrados, estavam girando. O braço amputado estava bem inchado e com bolhas avermelhadas na pele. — Que merda é essa?! — Reparou preocupada. — Eu volto pra te tirar dessa. — Então desceu mais um pouco e avistou os cães chegando cada vez mais perto de Cintia e Susan. Pegou sua MP5 e mirou por um tempo. As duas garotas estavam mais próximas dela, assim como os cães, mas Abby continuava mirando.
— ATIRA NELES CARALHO! — gritou Susan!
Abby respirou fundo e deu uma longa rajada de tiros em um amontoado de pedras atrás das garotas. Isso causou um deslizamento que acertou os cães, matando um deles e fazendo com que os outros dois caíssem ao início da escalada.
— BOA, MULHER! — comemorou Susan, Cintia estava suando, subindo com muito esforço e respirando com dificuldades
— Conseguimos! — gritou Lev. — Rápido! Vamo! Vamo!
Rogers voltou para ajudar as garotas no trajeto. Abby pôs Stiven em um dos ombros e tentou escalar. Apoiou-se em uma pedra, mas ela estourou diante de seus olhos. Virou-se para trás e viu três ou quatro capangas mirando em sua direção. Mais disparos foram feitos, e mais rochas ao lado dela estouraram, dificultando ainda mais a subida. Latidos consecutivos dividiam espaço com pipocos de balas. Os cães já subiam novamente. Cintia e Susan conseguiram passar pela abertura e desceram para dentro do túnel. Rogers voltou para ajudar Abby, uma Uzi na mão atirando descontroladamente. Lev atirava flechas ajudando na cobertura, mas estavam longe, em um terreno de alvo fácil, olhando contra a escuridão.
——— Pag 11 ———
— Abby, deixa ele! — Rogers estendeu sua mão.
— Não! Pega o Stiven! Vai!
— Ele já era Abby, se salva!
— Não vou perder mais ninguém! Pega logo ele, caralho! — Levantou Stiven para Rogers, que sem muita opção, o pegou e o levou até a passagem.
Um dos cães chegou até Abby. Lev atirou uma flecha, mas errou. O cão mordeu a perna de Abby, que grunhiu em dor. Ela se virou e deu três facadas no animal. Outro cão avançou nela, derrubando-a de costas. Seus braços tentavam afastar as mordidas. A posição não a favorecia para dar uma facada. Lev atirou outra flecha. Dessa vez, acertou a faca na mão de Abby, que caiu morro a baixo. Lev estava exposto tentando ajudar. Mais alguns tiros, dessa vez em Lev, acertando-o e derrubando-o para dentro do buraco, sumindo na escuridão do túnel.
O[BC7] pastor alemão mordia cada vez mais próximo ao rosto de Abby que estava com os braços formigando, desgastados pela quantidade de rochas que carregou. Não tinha mais forças para afastar o animal. Ela viu uma pedra próxima, de um tamanho que conseguiria levantar com uma só mão. Tentou alcançar, mas o cão não dava trégua, não podia abrir sua guarda pois poderia ser fatal. As vozes dos capangas aumentavam, assim como as luzes de lanternas. Não havia outra escolha, ela abriu sua guarda para alcançar a pedra, no mesmo momento o cão abocanhou seu ombro com força. Seus dentes perfuraram os músculos e o sangue quente e molhado escorreu por seu braço. Porém, uma pedrada bem dada abriu a cabeça da fera que ganiu morrendo em cima dela.
As armas ainda estavam apontadas para Abby. Tiros acendia a paisagem como flashs fotográficos. Abby subiu atordoada até o buraco. As rochas estourando com as balas, deixando o ar seco e irritando os olhos com a poeira. Mas sua força de vontade era maior! Ao ver o buraco, se jogou para dentro. Ela caiu nas pedras e começou a rolar cerca de 5 metros até o chão. Caiu fazendo um barulho seco, ecoando no local. Seu grupo já estava no solo. Cintia apoiada nos ombros de Susan, seu braço mastigado. Rogers colocava Stiven no chão. Lev estava sentado, encostado em um carro, com a cabeça para trás e mão na cintura ensanguentada. Abby se virou e olhou para o buraco, por sorte, sua MP5 ainda estava presa nas costas por um cinto de ombro. Ela a pegou e mirou na passagem, esperando algum inimigo. Eles escutaram algumas vozes abafadas do lado de fora, mas não conseguiram entender o que estavam falando.
——— Pag 12 ———
— Precisamos sair daqui, agora! — alertou Abby. Aproximou-se de Lev com dificuldade, pois ainda estava atordoada e dolorida. — Você tá bem? — Pôs a mão nem seu ombro, encarando a ferida.
— Tô sim, só pegou de raspão.
— O que aconteceu? Nunca te vi errar fechas naquela distância.
— Minha... visão tá meio estranha — respondeu Lev meio ofegante.
— Tá. Fica perto de mim então, vamo sair daqui. — Ela o ajudou a se levantar.
— Será que eles virão atrás de nós? — perguntou Susan.
— Acho difícil, entrar em um túnel fechado desses é suicídio — respondeu Rogers, encarando Lev com cara feia. — Como você tá, Cintia?
A garota ainda estava apoiada em Susan, respirando forte.
— Vou sobreviver. — Seu rosto encharcado de suor, os olhos caídos com olheiras.
— Vamos nos afastar da entrada, daí preparamos os primeiros socorros — disse Abby, chegando perto de Stiven, ainda desmaiado. — Ei, cara, acorda! — Deu alguns tapinhas no rosto, mas ele não reagiu.
— Ele já era, Abby, pega o que ele tiver de útil e vamo nessa. — Rogers bateu as mãos nas roupas para tirar a poeira.
— Não vamos deixar ele pra trás! — disparou ela, colocando Stiven em seu ombro. Porém, a dor da mordida a fez fraquejar e ela o colocou novamente no chão.
— Você não tá em condições de ajudar ele. Na verdade, ninguém tá. — Rogers carregou sua arma. — Acho melhor você dar um fim ni...
— Eu já disse que não vou deixar ele pra trás — respondeu Abby ríspida, encarando Rogers nos olhos. O rapaz ficou em silêncio, virou de costas e começou a caminhar. Abby colocou Stiven em seu outro ombro e todos começaram a caminhar rumo à escuridão.
——— FIM ———
Stiven irá sobreviver? O que os esperam nesta escuridão profunda? O PRÓXIMO CAPÍTULO SERÁ INTENSO! PREPAREM OS CORAÇÕES! Deixa nos comentários o que achou e as teorias para o próximo volume. Curta e compartilhe para aquele(a) amigo(a) que ama The Last of Us.
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Que cap intenso em mds, quase q abby ia brejo ksksk tô amando a fic, trabalho belíssimo escrito parabéns